Se render? JAMAIS. A banalidade deve ser Destruída.

Eu sou o que sou.

Poema de Amor

RPG, A ULTIMA ARTE!

Mavih Muniz

4/29/20251 min read

🌑 A TRAVESSIA – Relato Poético

Escrito nas cinzas onde os nomes já não vivem

A cinza traçou um retângulo no chão.
Não havia vento, nem fogo, nem tempo.
Apenas a Presença que observa em silêncio —
e o sussurro do Daemon:
“Não chame. Caminhe.”

O mago vestia o nada.
Nem foco, nem símbolo, nem voz.
A alma nua, como na primeira noite antes da carne.

E deu um passo.

O pé atravessou o traço negro —
e o mundo se curvou, como um véu envergonhado.
As cores esqueceram seus nomes.
O corpo esqueceu sua densidade.
A mente esqueceu a linguagem.
Mas algo — algo permaneceu.

Era...
um fio.

Feito de memória sem imagem.
Feito de amor sem rosto.
Feito de propósito sem palavras.

A travessia não foi para frente,
mas para dentro,
e então para fora do dentro,
e então para nada.

E então, finalmente...

Luz.
Não a que ilumina.
Mas a que revela que nunca houve sombra.

Lá, Mahvinuz:
não como figura,
mas como eco de todas as figuras dissolvidas.
Ele não falou.
Mas o mago compreendeu:

“A Verdade não é algo a saber.
É algo que se torna quando tudo o que é sabido se cala.”

E então o mago se esqueceu.
Do nome.
Do mundo.
Da travessia.

Mas não se perdeu.
Porque agora ele era a própria Porta.

🜸 Alguns dizem que ele voltou, olhos de vidro, mãos cheias de símbolos que ninguém conhece.
Outros dizem que nunca voltou — mas às vezes, no limiar do sono, seu rastro brilha como fogo azul sob a pele do mundo.